Hipotireoidismo: sintomas, diagnóstico e tratamento personalizado
Uma das disfunções hormonais mais comuns é o hipotireoidismo. Ele afeta milhões no mundo todo e é tratável. No entanto, muitas pessoas ficam anos sem tratamento por falta de conhecimento sobre os sintomas. Entenda o que é hipotireoidismo abaixo e saiba quando procurar um endocrinologista por suspeita dessa doença.
Hipotireoidismo: o que é, causas, incidência e mais
A glândula tireoide é uma estrutura do corpo localizada no pescoço responsável por regular uma série de funções no organismo utilizando os hormônios que produz. Em algumas pessoas, ela pode não produzir hormônios em quantidade suficiente para atender às necessidades do corpo – e isso caracteriza o hipotireoidismo.
A tireoide produz os hormônios tiroxina (T4) e triiodotironina (T3), um derivado do anterior. A produção que fica mais prejudicada em casos de hipotireoidismo é a de T4, hormônio que é suplementado durante o tratamento para restabelecer o funcionamento do corpo ao máximo.
Esse distúrbio é uma das disfunções endócrinas mais prevalentes: estima-se que 8% da população americana tenha a doença. Mulheres, especialmente com mais de 60 anos, são as mais propensas a desenvolver a condição.
Por que a tireoide entra em hipo ou em hiper?
Nem sempre é possível definir a causa do hipotireoidismo em um paciente. Há inúmeras possibilidades e, entre elas, é possível citar:
Doença de Hashimoto
Essa condição autoimune faz com que o sistema imunológico do paciente – ou seja, as defesas do corpo dele – ataque a tireoide. Isso reduz a capacidade dela de produzir hormônios adequadamente.
Deficiência de iodo no organismo
Essa substância é essencial para a produção de hormônios tireoidianos. A carência dela no organismo pode levar ao hipotireoidismo.
Tratamentos médicos
Algumas cirurgias, radioterapia e certos medicamentos também podem afetar a função tireoidiana.
Distúrbios congênitos
É possível nascer com malformações na tireoide ou até mesmo sem a glândula. Nesses casos, os hormônios não são produzidos ou não têm a produção em quantidade adequada.
Sintomas de hipotireoidismo
Como a tireoide age sobre todos os órgãos do corpo, controlando desde o ritmo cardíaco até o funcionamento do sistema digestivo, essa condição gera sintomas globais. Isso significa que os sinais da doença podem ser extremamente inespecíficos, variando entre distúrbios do sono, variações de peso e mais.
Entre os sintomas do hipotireoidismo, é possível citar:
- – Fadiga e cansaço excessivo pela queda do metabolismo;
- – Ganho de peso mesmo sem alterações na alimentação e na rotina;
- – Sensibilidade ao frio (hormônios tireoidianos regulam a temperatura corporal);
- – Pele ressecada;
- – Cabelos e unhas quebradiças;
- – Depressão, apatia ou alterações de humor;
- – Dificuldade para se concentrar;
- – Raciocínio lento;
- – Menstruação irregular;
- – Infertilidade;
- – Dores musculares e articulares;
- – Inchaço por acúmulo de líquidos, principalmente em torno dos olhos, pés e mãos;
- – Bradicardia (batimentos cardíacos lentos);
- – Queda da libido.
Hipotireoidismo: diagnóstico
Essa doença é, em geral, diagnosticada após o paciente buscar ajuda para algum dos sintomas. Isso geralmente ocorre pois muitos deles podem se confundir com os sinais de condições mais graves, como doenças neurológicas, circulatórias e outras. O diagnóstico do hipotireoidismo vem a partir de exames de sangue que avaliam os níveis dos hormônios TSH e T4 livre, além da realização da ultrassonografia de tireoide.
Como os sintomas são inespecíficos, eles podem ocasionalmente levar ao diagnóstico por um clínico geral. A especialidade correta para diagnosticar e tratar a doença, porém, é o endocrinologista, que é o médico ou médica de tireoide. Com o acompanhamento desse médico que cuida da tireoide, é possível investigar melhor as causas da doença e traçar o melhor plano de tratamento de hipotireoidismo.
Tratamento para hipotireoidismo
Ainda que a doença afete o corpo inteiro e cause sintomas muitas vezes bem disruptivos para a rotina, o hipotireoidismo tem tratamento relativamente simples. Ele consiste na reposição do hormônio T4 com uma versão sintética dele: a levotiroxina sódica. A dosagem do medicamento depende dos níveis hormonais da tireoide de cada paciente e varia bastante.
Esse medicamento deve ser tomado pelo paciente de manhã, logo ao acordar, e em jejum. Após ingerir o comprimido, ele deve esperar ao menos 30 minutos a uma hora para se alimentar.
Como o hipotireoidismo é uma doença crônica, o médico endocrinologista pode pedir que o paciente refaça os exames periodicamente. Após a estabilização dessa condição, os exames podem ser espaçados. Há casos nos quais pacientes precisam ajustar a dose inicial do medicamento ao longo da jornada com a doença.
Riscos do hipotireoidismo sem tratamento
O hipotireoidismo em si não é uma doença grave, mas não tratá-lo pode levar a quadros mais complexos e até perigosos. Entre eles, é possível citar:
- – Mixedema (forma grave e rara da doença);
- – Depressão severa;
- – Infertilidade;
- – Problemas cardíacos.
O hipotireoidismo afeta a qualidade de vida e pode trazer impactos importantes no dia a dia. Caso perceba tais sintomas, entre em contato e agende uma consulta.
Mais sobre hipotireoidismo
Quais são os sintomas mais comuns do hipotireoidismo?
Essa doença causa sintomas bem gerais e até inespecíficos que podem ser confundidos com sinais de outras condições de saúde. Os mais comuns, no entanto, incluem:
- – Fadiga;
- – Ganho de peso sem causa aparente;
- – Sensibilidade ao frio;
- – Pele seca;
- – Constipação;
- – Depressão;
- – Irregularidade do ciclo menstrual;
- – Dificuldade para se concentrar;
- – Queda de cabelo;
- – Unhas quebradiças.
Como o hipotireoidismo é diagnosticado?
O diagnóstico de hipotireoidismo ocorre por meio de exames de sangue. Esses exames avaliam os níveis de TSH e T4 livre no organismo. Em casos nos quais há suspeita de doenças autoimunes relacionadas ao hipotireoidismo, médicos também podem pedir exames relacionados a anticorpos específicos.
Qual é o tratamento ideal para pacientes com hipotireoidismo?
O tratamento ideal é aquele que é personalizado para atender às necessidades específicas de cada paciente. Exames são necessários para definir a melhor dosagem inicial de hormônios na reposição – e ela deve ser ajustada conforme houver equilíbrio dos níveis hormonais do organismo.
O monitoramento dos sintomas e da doença em si também é essencial. Em alguns casos, o médico pode sugerir alterações na alimentação e na rotina ou o uso de determinados suplementos para melhorar a função tireoidiana e o bem-estar do paciente.